Titanic Momentos traz com exclusividade uma entrevista com o nosso amigo e Titânico Rodrigo Piller. Artista nato por natureza, Rodrigo criou várias reproduções do Titanic, entre elas: o relógio da Grande Escadaria, a réplica do navio e uma cadeira do deck. Vejam as palavras do nosso amigo com relação ao processo de criação e finalização da cadeira. Espero que todos gostem da matéria. Abraços...
Se alguém procura entender ou explicar tal fascinação por um fato ocorrido tão distante acho que morrerá sem saber.
Há algo de muito misterioso nas barreiras do tempo e do espaço que unem algo tão triste e fascinante a pessoas que tem a sensibilidade de perceber o que tamanha tragédia têm a ensinar a todas as gerações.
Um marco na história que transcende o tempo e o espaço.-
Olá pessoal do "Titanic Momentos", meu nome é Rodrigo, coleciono sobre o Titanic desde 2004 e essa história me fascina. Como já trabalho com artesanato há bastante tempo pude realizar alguns trabalhos sobre o Titanic, como fazer o navio com 2,24 m de comprimento, o relógio da grande escadaria, o relógio da suíte da sala de estar da Rose, entre muitos desenhos e outras loucuras mais...
Minha última invenção foi fazer em madeira e em tamanho natural uma das cadeiras de deck do Titanic e é por esse motivo que fui convidado pelo nosso amigo Titânico Alencar a postar esse blog. Tive a idéia da cadeira há uns 10 meses atrás e somente agora pude colocar em prática o projeto.
No começo achei meio impossível de fazê-la, pois achava complicada demais e não conseguia definir em minha cabeça os materiais que poderia utilizar.
Em duas ocasiões eu pude ver modelos de cadeiras desse tipo em duas lojas de minha cidade, não eram iguais, mas tinham todos os componentes que tinham as do Titanic, mas com preços de R$ 650,00 à R$ 780,00. Com o tempo de tanto pensar em como a faria fui desenhando em minha mente como seria, do que seria, o que teria que usar valores e todo o resto; quando já tinha uma idéia formada de como daria certo fui à busca dos materiais.
Tendo em vista a necessidade de economizar, fui à busca da madeira mais acessível e fácil de trabalhar, a ripa de pínus. Foram oito ou nove ripas de 2.5 m e 5 cm de largura e mais uma de 7 cm de largura para a parte do apoio da cabeça.
Passado o processo de secagem da madeira onde tive de deixá-las por uns 7 dias no sol e unidas umas as outras para que não vergassem consegui arrumar tempo para começar, e antes disso vasculhei a internet em busca de fotos onde eu poderia retirar o modelo e fazer um projeto. Também tive de procurar no próprio filme os momentos em que essas cadeiras apareciam para ter uma idéia de cor e tudo mais.
Com a madeira seca e o desenho pronto comecei a obra num sábado de manhã e depois de ter passado o dia inteiro serrando, medindo, pregando, martelando, acertando e errando vi que esta era a pior coisa que tinha inventado de fazer: a madeira rachava quando eu pregava e depois de pregar a estrutura percebi que a madeira não iria agüentar.
O pior de tudo é que eu já estava cansado, com raiva, arrependido e todos os meus vizinhos já estavam aqui tentando me apoiar e me dizer que “faltava apenas reforço, mas que seu continuasse iria dar certo”, resumindo quase morri de raiva e desisti de tudo. Joguei toda a carcaça no quintal e desejei que tudo sumisse até o dia seguinte.
Ao acordar no dia seguinte já estava mais calmo e pensando que não poderia desperdiçar o tempo e o dinheiro que tinha gasto, aí então comecei a reparar onde e como poderia reforçar. Depois de muito pensar conclui que realmente poderia reforçar o assento com mais uma camada de madeira (por isso que ele é mais grosso que todo o resto da cadeira) e pedi para que meu pai fizesse uns reforços de ferro, já que ele trabalha como serralheiro. Resumindo, ao final do dia já tinha feito várias coisas e era só continuar em frente.
No fim de tudo havia faltado madeira e parti para comprar e secar mais umas duas e depois dessa secagem pude fazer todas as peças avulsas que no final eu uniria com novos pregos, parafusos, porcas e arruelas.
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- A cadeira ainda inacabada...
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(Continua...)