sábado, outubro 01, 2011

SS GAIRSOPPA


Um cargueiro britânico afundado pelos alemães em 1941, com mais de 240 toneladas de barras de prata, foi localizado na costa da Irlanda. Trata-se do maior tesouro de metais preciosos descoberto em naufrágios.

A empresa americana Odyssey Marine Exploration foi responsável pela façanha. O metal encontrado no navio SS Gairsoppa tem valor estimado em US$ 200 milhões e deve ser trazido à superfície no início de 2012.

A descoberta foi feita com a utilização de um submarino controlado por controle remoto. O SS Gairsoppa está a 480 quilômetros da costa irlandesa e a 4.700 metros de profundidade (superior à do Titanic), no Oceano Atlântico.

O barco foi atacado em 16 de fevereiro de 1941, por um submarino alemão U-Boot, em plena Segunda Guerra Mundial.

Perdido nas profundezas do mar, mas não esquecido, o SS Gairsoppa guardou ao longo de sete décadas muito mais do que memórias do tempo de guerra. O cargueiro, que fazia a viagem entre Calcutá, na Índia, e Inglaterra, tinha a bordo 240 toneladas de barras de prata, 2.600 toneladas de ferro e quase 2.000 toneladas de chá. Neste caso, não se foram os anéis e ficaram os dedos. O chá pode ter servido de alimento para peixes, mas ficaram as barras de prata.

O cargueiro fugia do mau tempo e buscava abrigo em Galway, na Irlanda, tentando também superar a falta de carvão que o obrigou a alterar a rota, quando foi detectado e afundado pelo submarino alemão, que patrulhava o Atlântico em busca de navios britânicos.

Dos 85 tripulantes, três conseguiram escapar num bote salva-vidas e chegaram à costa da Cornualha, na Inglaterra, duas semanas depois. Mas, devido à exaustão, dois morreram antes do pequeno bote alcançar a terra firme. O comandante Richard Ayres, único sobrevivente, faleceu em 1992. Sobreviveu ao naufrágio, mas não para ver o cargueiro ser encontrado.

“Completamos a primeira fase do projeto, a localização e a identificação dos destroços do naufrágio, e agora estamos trabalhando na fase de recuperação. Levando em conta o estado e a exposição dos destroços do naufrágio, estamos convencidos de poder recuperar a carga de acordo com nossos planos”, disse Andrew Craig, diretor da empresa.

A Odyssey Marine obteve do governo britânico em 2010, a exclusividade da extração dos restos do naufrágio e terá direito a reter 80% da carga, cujos 20% restantes irão para as autoridades britânicas.

“Felizmente, tivemos a sorte de encontrar o porão aberto, o que facilitou o acesso de nossos homens”, afirmou Greg Stemm, presidente da Odyssey, com sede em Tampa, na Flórida.