quinta-feira, fevereiro 15, 2007

RODRIGO PILLER E SUA MAQUETE - PARTE III

Titanic Momentos traz novamente com exclusividade outra entrevista com o nosso amigo e Titânico Rodrigo Piller. Desta vez o artista nato por natureza, contará o processo de criação da sua maquete. A entrevista será dividida em 4 partes. Espero que todos gostem da matéria. Abraços...

“Mais vale a pena viver, ser chamado de louco e ser feliz fazendo-se o que ama do que entrar para as convenções que o mundo impõe e passar a vida inteira infeliz, com os olhos vendados para todo o esplendor que o mundo tem a oferecer. Viva e busque a felicidade nas menores coisas e nos maiores atos...”


Ao terminar isso tudo (e depois de muito trabalho com lembranças, luminárias, textos de explicação, cartazes e tudo mais) fui um dia antes para o colégio montar a sala toda.
Escurecemos a sala com grossas cortinas, colamos os cartazes, colocamos tapetes e mais cortinas, as luminárias, instalamos um vídeo e uma TV e começamos a montar a mesa onde colocaríamos no dia seguinte a maquete grande e as pequenas.
No dia seguinte levei o restante dos objetos e a maquete grande, que teve de ser colocada em um suporte em cima de um carro, pois não cabia dentro. Estava garoando forte e a maquete chegou um tanto úmida, mas sem danos.
No meio do caminho um homem nos parou e queria saber se vendíamos a maquete do navio, a resposta foi não, pois sabia que antes de apresentar não podia me livrar dela.
Chegamos ao colégio e fomos finalizar.
Para simbolizar o oceano fiz um “mingau” bem encorpado de água, maisena e tinta azul e espalhei ao redor do navio e das outras maquetes, o resultado foi como se tivéssemos gasto uns 10 litros de gel para cabelo em tom azul.
Coloquei o iceberg ao lado da maquete menor em seguida a maquete dele em 45 graus, a terceira dele acabando de afundar e por último o bote lotado. Estava pronta a linha do tempo.
Era grande a expectativa e o nervosismo que se misturava com uma enorme alegria e emoção por estar fazendo algo que tanto amava.
As pessoas começaram a entrar aos poucos e conforme o tempo passava e a noticia se espalhava apareciam mais pessoas até o ponto da sala não suportar mais gente.
Todos me perguntavam como eu havia conseguido quanto havia demorado e tudo mais.
O filme estava passando na TV e muitos ficavam hipnotizados pelo clima que remetia à todos a uma história tão fascinante quanto triste. O rádio tocava a trilha do filme e o clima foi perfeito. Ao final da feira a sala lotou novamente e como não tínhamos como esvaziá-la tivemos que desligar a TV, pois ninguém queria sair de lá. Tudo finalizado a alegria era imensa, e pelos comentários o sucesso da feira era quase garantido.
Dias depois ficamos sabendo a resposta. Tínhamos ficado em 1º lugar! As premiações seriam logo em seguida, mas prêmio mesmo não veio; todos se revoltaram com isso, pois era promessa do colégio.
Eu mesmo fiquei indignado, porém o meu desejo maior era realizar a feira e isso eu já havia conseguido. Com os objetos em casa novamente arrumei uma cantinho para as maquetes e o restante eu guardei como deu. Não parei mais de procurar sobre o assunto e comecei a pensar em acrescentar mais coisas à minha maquete, colocar luzes e corrigir o que estava errado, foi o que fiz.
A primeira coisa que fiz algum tempo depois foi colocar luzes de pisca-pisca e trocar toda a lateral branca do navio substituindo por janelas vazadas e forradas com papel de seda para mostrar a claridade do interior; também fiz janelas no casco do navio e coloquei luzes dentro.
As reformas posteriores foram desde trocar o modelo dos guindastes por modelos mais parecidos à acrescentar 45 bancos de convés, 80 cadeiras de descanso, bandeiras decorativas, nova âncora e, por fim, acrescentar 80 pessoas andando pelos conveses (feitas com massa de biscuit).
A última coisa que fiz no navio foi abrir duas portas e fazer duas salas. A primeira porta fica no convés D (casco do navio) e é uma sala de estar com sofá, mesa, quadro, tapete e etc.. A segunda é no convés E, e mostra um salão mais simples com janelas, bancos, cadeiras, portas, tapete e quadros.
Esses dois lugares são tão minúsculos que não consigo fotografar com nitidez. Ao passar o tempo as maquetes pequenas estragaram-se muito. A de 107 cm foi reformada e vendida à uma amiga, a com o navio afundando foi totalmente reformada e dada a um primo que se interessou pelo assunto e as outras duas tive de jogar fora devido ao mal estado.


(continua...)

Um comentário:

Mário Monteiro disse...

muitos parabéns está simplesmente perfeita ^^