terça-feira, setembro 12, 2006

LOWE – QUINTO-OFICIAL

Quase da mesma idade de Boxhall, Harold Godfrey Lowe era o quinto-oficial de bordo. Nascido no norte do País de Gales era um tipo um pouco rebelde. Já aos 14 anos, rejeitou a imposição paterna e escolhera o caminho da aventura no mar. Não aceitou a idéia de passar por aprendiz que, naquele momento, não previa remuneração nenhuma por parte do patrão, que em troca oferecia os segredos da arte. Contra a sua vontade, acompanhara seu pai para Liverpool, onde pôde trabalhar em algumas oficinas, mas sua determinação foi tal que preferiu fugir e embarcar em uma pequena escuna cujo destino ele desconhecia. A embriaguez das velas infladas pelo vento, o sabor e o cheiro do mar calaram fundo nele, que então decidiu fazer das ondas seu novo hábitat. As noites sem lua nem estrelas, quando a escuridão circundava e o fazia sentir a vida humana suspensa por um fio, o ensinaram a buscar dentro de si a segurança e a coragem para enfrentar a vida. Aprendeu a manobrar as amarras cortando as mãos, que logo ficaram ásperas e com calos. Assim iniciara, em finais do século XIX, a carreira que o levou a receber todos os títulos antes de ser contratado pela White Star Line, em janeiro de 1911, embarcando como terceiro-oficial no Belgic e no Tropic. Nos quatorze anos de trabalho passara das pequenas escunas para aos barcos de velas quadradas na rota para a África Ocidental. Para ele, a viagem que iria empreender representava a primeira travessia do Atlântico Norte. Apesar de a experiência em veleiros ter-lhe dado coragem, a incógnita da nova responsabilidade lhe deixava em estado de ligeira agitação.
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Post dedicado ao meu “amigo titânico” Marcello Freyre.

4 comentários:

Mário Monteiro disse...

Manteve o sangue frio, pena não ter decidido regressar mais cedo para salvar gente.

Anônimo disse...

oi lindi, to tisti, mto tisti.
bom post como sempre, bjs.

Anônimo disse...

Aleeeeeeee, n tive tempo pra ler sobre ele, mas ja volto aqui pra ler ......... hehehe ........ abraçossssssssss

TATY LOWE disse...

Meu lindinhooooooooooo!!! Esse mostrou toda sua coragem em tudo oque passou desde quando decidiu perseguir seu sonho de fazer carreira no mar, enfrentando até o pai!! E no Titanic, enfrentou o frio para voltar com o botinho e resgatar os poucos que ficaram. Sinceramente... admiro pessoas com coragem para fazer oque muitos não fariam (nem fazem). O moço era mesmo uma "fera radical" (mas, mulherada, tirem os "zoio', que ele já é meu, viu? hahaha fui!