segunda-feira, outubro 17, 2005

CONTRATEMPOS IMPORTANTES

O financista norte-americano que investiu na construção dos três barcos trigêmeos da classe Olympic, John Pierpont Morgan, havia previsto o seu retorno das férias de inverno na Europa a bordo do navio-estrela da White Star Line, que fazia parte de seu novo comércio naval de alcance internacional.
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A “suíte milionária” de número B32, a ele reservada e cuja decoração ele mesmo escolheu, permaneceu livre porque, na última hora, Morgan comunicou que prolongaria sua estada em Aix-les-Bains, na França, por motivos de saúde.
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A maravilhosa suíte foi então reservada para o casal Harding, que acabou decidindo embarcar no Mauretania, o navio da Cunard Line, símbolo da concorrente devido a sua velocidade de 25 nós.
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Amigo pessoal de Morgan, Robert Bacon também desistiu do camarote que ocuparia com a mulher e com a filha. Neste caso, o motivo estava ligado ao trabalho. Na qualidade de embaixador dos Estados Unidos na França, havia sido chamado por seu país para um novo destino. Porém, de última hora, decidiu não partir, pois não tivera tempo suficiente para passar todas as instruções para o seu sucessor em Paris.
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Outro amigo de Morgan, e sócio no truste do aço, Henry Clay Frick, cancelou a reserva de uma suíte devido a um acidente com sua mulher, que havia deslocado o tornozelo durante um cruzeiro na ilha da Madeira, muito freqüentada por turistas.
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Recaiu sobre sua sogra a desculpa para cancelamento da reserva de George w: Vanderbilt, descendente do velho comodoro William Vanderbilt, que fundara a mais importante empresa ferroviária norte-americana, cujas ações foram compradas de John Pierpont Morgan 33 anos antes, em total sigilo. A velha insistiu para sua filha ficar alguns dias mais e partisse em outro navio, evitando os transtornos óbvios de uma viagem inaugural, como a que queriam fazer os Vanderbilt, que tinham acabado de passar os primeiros meses do ano gozando de uma estada em Montecarlo e em Nice.
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O próprio lorde Pirrie, presidente dos estaleiros Harland &Wolff, devia embarcar no Titanic para a viagem que representava a realização de seus sonhos e de seus projetos. Há pouco havia desistido porque o médico da família lhe proibira viajar.
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Além dessas, cerca de mais cinqüenta pessoas desistiram de viajar por motivos que não foram esclarecidos. Alguns avisaram com muito tempo de antecedência, outros no último instante. No entanto, isso não constituía um fato insólito, pois na viagem inaugural do gêmeo Olympic, realizada no ano anterior, tinha acontecido o mesmo. Houve também casos de gente que tinha pressa e preferiu embarcar antes em outro navio. Isso foi o que ocorreu com Jack Binns, um jornalista de Nova York, para quem a viagem no Titanic significaria uma espécie de volta com os amigos, já que antes de iniciar sua carreira na imprensa havia trabalhado na Marconi Company como radiotelegrafista, tendo prestado serviço no Adriatic, da White Star Line. Conhecia, portanto, o capitão John Smith, pois já estivera sob suas ordens, e com quem teria gostado de viajar. No entanto, por razões profissionais, preferiu partir antes no Minnesota.
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FOTO: O financista norte-americano Henry Clay Frick e sua mulher. A decisão de não embarcarem no Titanic lhes permitiu serem fotografados juntos em Nova York, em 1915.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como eu disse, ficou super legal seu flog. Parabéns.
Que casal de sorte, ne????
As matérias aqui estam otimas.
FUI..... uahuahuhauhuahuahuahua