terça-feira, novembro 29, 2005

A FICÇÃO QUE SE TORNOU REALIDADE

Um palácio flutuante fez-se ao mar em Southampton no ano de 1898, na sua viagem inaugural. Era o maior e o mais grandioso transatlântico jamais construído, dispondo de instalações luxuosas. Mas o navio, onde viajavam passageiros possuidores de fortunas consideráveis, nunca chegou ao seu destino, o seu casco foi rasgado por um icebergue e o navio afundou-se, com grande perda de vidas. Esse transatlântico existia apenas no papel, fruto da imaginação de um novelista chamado Morgan Robertson, que chamou Titan ao seu navio de ficção e Futility (Futilidade) à obra que escreveu.
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Tanto a ficção como a futilidade iriam converter-se numa terrível realidade. Catorze anos depois, um autêntico transatlântico de luxo partiu na mesma viagem inaugural. Também nele viajavam passageiros abastados. Também chocou com um icebergue e se afundou; e, tal como na novela de Robertson, o desastre causou a perda de inúmeras vidas, pois o navio não dispunha de barcos salva-vidas em número suficiente. A tragédia ocorreu na noite de 10 de abril de 1912. O navio era o Titanic.
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O Titan da novela de Robertson apresentava, para além do nome, muitos outros aspectos que o tornaram um duplicado do verdadeiro Titanic. Ambos tinham sensivelmente o mesmo tamanho, alcançavam a mesma velocidade e possuíam a mesma capacidade, que lhes permitia transportar cerca de 3000 passageiros. Eram ambos "insubmersíveis" e ambos se afundaram exactamente no mesmo local do Atlântico Norte. Mas as estranhas coincidências não se resumem a estas. O famoso jornalista W. T. Stead publicou, em 1892, um conto que se revelou uma previsão inquietante do desastre do Titanic. Stead, um espírita, era também uma das 1513 pessoas que pereceram quando o Titanic se afundou.
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Nem a novela de horror de Robertson nem o conto profético de Stead serviram de aviso ao comandante do Titanic em 1912. Mas a recordação daquela aterradora tragédia salvou outro navio em circunstâncias semelhantes 23 anos depois.
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Um jovem marinheiro de nome WilIiam Reeves encontrava-se de vigia à proa de um navio de carga que rumava de Tyneside para o Canadá em 1935. Corria o mês de Abril - o mês dos desastres com icebergues, reais ou fictícios, que assombravam o espírito do jovem Reeves. O seu quarto de vigia devia terminar à meia-noite, hora a que, ele sabia, o Titanic embatera no icebergue, com um mar igualmente calmo. Estes pensamentos tomaram forma e cresceram como presságios temíveis no espírito do marinheiro, que continuava a sua vigia solitária.
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Os seus olhos, cansados e raiados de sangue, perscrutavam o horizonte em busca de algum sinal de perigo, nada divisando para além de uma obscuridade impenetrável e sem horizonte. Teve medo de fazer soar o alarme, receando a troça de que seria alvo por parte dos seus companheiros. E teve medo de não o fazer. Subitamente lembrou-se da data exacta em que o Titanic se afundara - 10 de Abril de 1912. A coincidência era terrível: tratava-se do dia em que nascera. A crescente sensação de fatalismo dominou Reeves até se transformar numa certeza apavorante.
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Gritou um alarme e o timoneiro mandou fazer marcha à ré a toda a velocidade. O navio deteve-se num remoinho de espuma – a escassos metros apenas de um icebergue que se erguia ameaçadoramente na escuridão da noite. Rodeavam o cargueiro icebergues ainda mais atemorizadores e foram necessários 9 dias para que os quebra-gelos da Terra Nova conseguissem abrir caminho ao navio encurralado. O nome do pequeno navio que esteve tão perto de partilhar o destino do Titanic? Titanian.
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Estas informações foram retiradas do livro:
O GRANDE LIVRO DO MARAVILHOSO E DO FANTÁSTICO – 1977
Edição Selecções Reader´s Disgest – Tradução de Portugal.
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FOTO: Testemunha Ocular – Enquanto o Titanic se afundava, um passageiro, John B. Thayer, traçava estes desenhos a bordo de um salva-vidas. Nenhum outro sobrevivente, porém, declarou que o navio se partira a meio. Com um rasgão de 90 m no costado, o navio afundou-se em 2 horas e 40 minutos. Vitimando 1513 pessoas.
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O Post de hoje eu dedico
ao meu amigo Marlon Mario Delano da Silva.
Agradeço aqui os belíssimos desenhos que me enviara.

6 comentários:

Anônimo disse...

OI Alencar...Este livro com essa história que acabou acontecendo mais tarde ao Titanic me dá arrepios...Como é possível uma coincidência tão grande?Ou será que não é coincidência?Muito estranho....Essas coisas me dão arrepios...Muito legal as informações....
BEIJOS

Anônimo disse...

Alencar...me parece que no 6° parágrafo onde diz que le se lembrou da data que o navio afundou está 10 de abril...Não é 15 de abril...Só curiosidade...Eu posso não ter entendido direito...
Desculpa se eu estou dando bobeira.
BEIJOS

Anônimo disse...

Olá Lorenna. Você esta certa.
Acontece que eu copie na integra o que tava no livro, por esta razão não quis alterar nada.
Espero que compreenda.
Beijos....

Anônimo disse...

nossa nossa!!! um post dedicado a min hehehe adorei vc realmente é um amigao, ainda bem q vc gostou heheh chegou bem rapido a encomenda né! xau

Anônimo disse...

não é 10 nem 15 de abril, foi 14 de abril de 1912.
obg pelo post, eu amo a historia do titanic , titan e titanian .

TATY LOWE disse...

Caramba, nunca ouvi falar dese livro, ainda mais da Seleções! Mas já li sobre um livro chamado "A Tragédia do Titã" ou algo assim, mas de Walter Lord, escrito bem antes do naufrágio.
E como alguém conseguiria desenhar em um botinho sem luz, na escuridão da madrugada?? Eu, hein!